domingo, 13 de janeiro de 2013


Prefeito de Embu persegue movimento negro

No ano de 2010 o Círculo Palmarino, corrente nacional do movimento negro, participou do Edital organizado pela Prefeitura de Embu das Artes - SP em parceria com o Ministério da Cultura, que instituía 8 novos Pontos de Cultura na cidade. O Círculo Palmarino concorreu com o Projeto “Círculo Palmarino de Periferia para Periferia Valorizando a Cultura Afro-brasileira”, obtendo a 4ª (quarta) colocação na classificação. Apresentamos a documentação necessária e assinamos o convênio de nº04/2010 com duração de 3 anos, sendo R$ 60 mil por ano. A primeira parcela foi depositada no dia 9 de dezembro de 2010.
Ao longo de 2011 realizamos um conjunto de atividades, entre elas:
- 10 saraus palmarinos com participação média de 40 pessoas em cada edição;
- Oficina de hip hop ao longo de todo ano que proporcionou a realização de dois encontros: “Bate papo com Dexter”, com mais 150 pessoas e “Bate papo com Kl Jay”, com mais de 100 pessoas;
- Curso Escrita Negra com 6 (seis) encontros de literatura africana e afro–brasileira  que contou com 50 inscrições e o curso finalizou com 27 formados;
- Lançamento do Acervo Carolina Maria de Jesus com mais de mil títulos, sendo mais de 400 focados na temática étnico-racial e da cultura de periferia;
- Eventos diversos em parceria com as escolas da região.
Na virada do ano de 2011 para 2012, dentro do prazo legal, mais precisamente no dia 9 de janeiro de 2012, entregamos a prestação de contas. Porém 3 meses depois todos os pontos de cultura foram informados que as prestações estavam fora de padrão e que deveriam ser adequadas ao conjunto de planilhas disponibilizadas pela contabilidade da Prefeitura, ou seja, o que eles tinham que ter feito ao longo da execução do projeto, de orientar como deveria ser feita a prestação, deram o prazo de uma semana para as instituições entregarem. Depois de muita luta, no dia 12 de abril de 2012 conseguimos protocolar todas as exigências e até agora não tivemos RESPOSTA ALGUMA!!!
Estabelecemos diálogo com diversos servidores municipais, tivemos audiência com o então Secretário de Cultura, conversamos com outros secretários e ninguém foi capaz de dar uma resposta satisfatória que explicasse o motivo do atraso no repasse.  É importante destacar que dos 8 pontos de cultura apenas o Círculo Palmarino e Associação Bartira estão emperrados. Nos bastidores, a informação que rola é que a decisão do Sr. Prefeito é a de buscar meios de não renovar o contrato pois a nossa entidade faz oposição ao seu governo.
O Prefeito sempre fez questão de esbravejar aos quatros ventos que promove uma gestão democrática com participação popular, que defende o Estado Democrático de Direitos e todas as suas instituições, mas não consegue lidar com o contraditório. Quando os movimentos de cultura periférica ocuparam o prédio do Centro Cultural Santo Eduardo onde as obras estavam paradas há 2 anos nos acusou de vândalos. Que democracia é essa que apenas os apadrinhados políticos podem acessar os recursos públicos para consolidar trabalhos efetivos junto a comunidade?
Embu das Artes está entre as 100 cidades com maior índice de população negra do país, porém não existe uma política pública sequer de combate ao racismo, o plano de promoção da igualdade racial nunca saiu do papel. O curso de extensão da Unifesp de História da África e Afro-brasileira foi fechado. A Secretaria Municipal de Educação é incapaz de assegurar a implementação da lei 10.639 e 11.645 que garante o ensino da história e cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena, inclusive perdendo recurso como de emenda parlamentar federal de R$ 180mil, para este fim, proposta por nós.
Ou seja, além de não promover políticas públicas de combate ao racismo, Chico Brito persegue o movimento negro organizado que constrói um trabalho efetivo e reconhecido pela comunidade. Não vamos nos calar diante do autoritarismo e capricho do prefeito. O Círculo Palmarino estabeleceu convênio com a Prefeitura e o prefeito é apenas o representante legal e não o dono do dinheiro público, sabemos dos nossos direitos e vamos brigar por eles até o final.
Convidamos os amigos, ativistas e movimentos sociais e culturais que somem nessa luta e ajudem a divulgar o mais amplamente possível essa denúncia de abuso de autoridade e perseguição a um movimento legítimo como o Círculo Palmarino.

12 de Janeiro de 2013
Círculo Palmarino
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Movimentos sociais pressionam Governo de SP para acabar com violência policial contra os jovens

Confira entrevista com Juninho, Coordenador Nacional do Círculo Palmarino:
http://www.tvt.org.br/watch.php?id=11385&category=205

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Aquém das Nuvens

Curta - metragem reúne elementos do cotidiano numa estória leve, terna e emocionante.
Sabe aquela sensação de sentir - se representado na novela, no filme ou desenho animado? É o desejo de muitos negros e negras do Brasil, mas pouco comum nas produções audiovisuais. Esta realidade, no entanto, está mudando. A jovem cinesta Renata Martins acaba de colocra suas vivências na telinha com o Curta - metragem Aquém das nuvens.
Aquém das nuvens não se encaixa na lógica da indústria cultural (mais do mesmo), antes, resgata valores e realidades do cotidiano típico de uma família negra da periferia de São Paulo. Um casal na terceira idade, a vida boêmia e bem humorada, a dor da perda e o amor como fio condutor do enredo. “Ali estão pedacinhos do cotidiano, uma colcha de retalhos, que eu li, que escutei, e que construíram minha identidade”, ressalta a diretora que conseguiu traduzir poeticamente valores universais que conectam as pessoas.
Ao longo do enredo percebe - se o cuidado com o conteúdo e também com a forma; é uma obra bonita, clássica, com começo meio e fim, além de trazer poesia e formas surreais que remetem às
lembranças do imaginário coletivo.
Pode - se afirmar que não só o Curta, mas, a própria diretora representa uma ruptura com padrões convencionais. Mulher negra, residente da cidade de São Paulo, cineasta comprometida com a realidade na qual está inserida, se importa em deixar claro o compromisso com a sua história e com a arte. “O filme é honesto com a minha história. Qual é o nome, o lugar de onde eu vim e o que eu posso fazer para mudar essa referência? Acredito que é possível ajudar e mudar a nossa história através da arte”, ressalta Renata.
Aquém das nuvens foi contemplado com o Prêmio Estímulo da Secretaria do Estado de São Paulo e tem recebido boas críticas por onde passa. Foi exibido na Mostra audiovisual de Cambuquira em Minas Gerais, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, e em outros lugares; o ator Mestre André recebeu menção honrosa no Festcineamazonia 2011 e ainda neste mês o curta será exibido no 1º Festival Internacional na Argentina, o UNASUR e na 6ª edição da Mostra de cinema brasileiro na Escandinávia.
Acompanhamos e aguardamos os próximos trabalhos da Renata Martins. Desejamos sucesso com o primeiro filhote de muitos.

Sinopse: Nenê é casado com Geralda há 30 anos. Em uma tarde de domingo como de costume, ele vai à roda de samba encontrar os amigos. Ao chegar lá, sente que alguma coisa não está bem e volta pra casa. Quando chega em casa se surpreende com a notícia da vizinhança. Sem deixar que o ritmo do samba caia, Nenê encontra uma solução pra ficar ao lado de sua eterna namorada.

Ficha técnica

Produção: Filmes de Abril e Preta Portê Filmes.
Direção e Roteiro: Renata Martins
Direção de Fotografia: Tais Nardí
Direção de Arte: Renata Rugai
Montagem: Nicole Weck
Som Direto: Gabi CunhaDesenho de Som: Paula Anhensi
Produtora de finalização: Paula Pripas
Direção de Produção: Carla Comino e Eli Ramos
Produção Executiva: Juliana Vicente, Monica Palazzo e Rodrigo Diaz Diaz


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CINE PALMARINO promove debate com Lilan Solá Santiago
27ª exibição será no dia 15 de setembro na Ação Educativa

No documentário Eu tenho a palavra, Lilian Santiago convida para o reavivamento dos dialetos africanos por meio da documentação da cultura afro-mineira. Na obra, a diretora ressalta a presença e importância da cultura banto, muitas vezes esquecida pelos principais estudiosos
que centraram suas visões na supremacia dos iorubás-nagôs. Para Lilian, a cultura banto pode ser considerada a mais antiga e superior em número e em distribuição geográfica no território brasileiro, por isso, “Eu tenho a palavra é um documentário que pretende contribuir para a valorização da participação da cultura banto, preservada pela oralidade, na configuração do patrimônio cultural brasileiro”, afirma a diretora.

Venha conferir com a gente!



Sinopse: “Eu tenho a palavra” é uma viagem lingüística em busca das origens africanas da cultura brasileira. O antigo reino do Congo foi a origem da maioria dos africanos escravizados no Brasil que, no cativeiro, criaram diversos dialetos para que pudessem se comunicar
livremente.
A “língua do negro da Costa” é um desses dialetos, ainda preservado no bairro da Tabatinga, em Bom Despacho, MG. O idioma é composto por um português rural do Brasil-Colônia e línguas do grupo Banto, com predomínio do mundo, falado até hoje em Angola.
Dois personagens - um falante da “língua do negro da Costa” e outro falante de mundo - nos guiam nessa viagem transoceânica de reconhecimento.

Ficha Técnica
Direção: Lilian Solá Santiago
Produção: DSS Produções
Fotografia e som: Valnei Nunes
Montagem: Leandro Goddinho Trilha
sonora original: Fernando Alabê
Duração: 26 minutos, São Paulo, 2010

Data: 15 de setembro (sábado)
Horário: às 18h
Local: Ação Educativa
Endereço: Rua General Jardim, 660 – próximo à estação de metrô República.

INFORMAÇÕES
(11)9996.8435 – Rita
(11) 7471-6766 – Luciete
cinepalmarino@gmail.com


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Um sabor de quero mais!

No dia 11 de agosto o Cine estava em festa, completamos o terceiro ano de militância, trazendo temas relevantes para o debate no espaço público. O tema abordado dessa vez foi o candomblé da Bahia e suas interferências nas composições sociais.
O debate foi enriquecido pelas contribuições de Cristiano Cruz, mestre em História Social pela PUC - SP; Milton Silva dos Santos doutorando em antropologia pela UNICAMP e Patrício Carneiro Araújo, mestre em Ciências Sociais da PUC - SP.

A partir do filme A Cidade das mulheres, os debatedores explicitaram as negociações entre homem e mulher no interior dos terreiros, a contribuição feminina para a identidade das comunidades, os diversos momentos da diáspora, a pretensa pureza de algumas nações, a questão da dupla pertença defendida por alguns estudiosos e o manifesto contra o sincretismo lançado pela mãe Stella de Oxóssi e outras ialorixás baianas.

Foi um momento de aprendizado que deixou o sabor de quero mais!
Agradecemos a presença de todos.

Para saber mais, leia os livros:

Cidade das Mulheres - Ruth Landes
O candomblé da Barroquinha - Renato Silveira
O candomblé da Bahia - Roger Bastilde

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cine especial de aniversário

CONVITE

Exibição especial - Documentário Cidade das Mulheres

26ª edição

Comemorando três anos de quilombagem no campo das ideias e atendendo a pedidos, o Cine Palmarino exibe pela segunda vez o documentário Cidade das Mulheres (Dir. Lázaro Faria) com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre as religiões de matrizes africanas e suas relações com sistemas matriarcais.

O documentário tem como protagonistas: Mãe Stella de Oxóssi, a Yalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Altamira Cecília, Mãe Carmem, Mãe Nitinha de Oxum, Mãe Gisele Cossard, Mãe Bida; entre outros.

“O filme Cidade das Mulheres é uma resposta à Ruth Landes, antropóloga norte-americana que, no ano de 1939, esteve na Bahia pesquisando a raça negra e se surpreendeu com a força e a soberania que as mulheres do candomblé exerciam numa organização matriarcal. Seu pensamento será um dos fios condutores deste documentário, ilustrado por imagens das festas populares e dos cultos africanos, das famosas mães de santo e da beleza exuberante da cidade de Salvador”. (Prof. Nego Zara).

DEBATEDORES

- Cristiano Aparecido de Araujo Cruz - Graduado em História (UNESP); Mestrado em História Social (PUC-SP) com a dissertaçãointitulada “Meu materialismo me limita: Candomblé e Consciência Política em‘Jubiabá’de Jorge Amado”.

- Milton Silva dos Santos - Graduado e Mestrado em Ciências Sociais (PUC-SP), com o tema: “Tradição e Tabu: um estudo sobre gênero e sexualidade nas religiões afro-brasileiras”; Doutorando em Antropologia (UNICAMP), com a pesquisa sobre: “Religião e Religiões na disciplina e nos materiais didáticos de Ensino Religioso”.

- Patrício Carneiro Araujo - Graduado em História (UNIBAM); Mestre em Ciências Sociais (PUC-SP), com o tema: “O Segredo do Candomblé: relações de poder e crise de autoridade”; Doutorando em Ciências Sociais (PUC-SP), com o tema: “Entre o terreiro e a escola: Lei10.639/2003 e intolerância religiosa sob o olhar antropológico”.


Entrada Franca

QUANDO
Dia 11 de agosto às 18h

ONDE ACONTECE O CINE PALMARINO?
Ação Educativa

ENDEREÇO
Rua General Jardim, 660 - São Paulo - SP

INFORMAÇÕES
(11) 9996.8435 - Rita
(11) 7471-6766 - Luciete
cinepalmarino@gmail.com